“É preciso aprender com a prática, pois, embora você pense que sabe, só terá certeza depois que experimentar” Sófocles
Comecei a correr em agosto de 2005. Quando dei os primeiros passos, nem em meus mais remotos sonhos imaginava encarar uma maratona. Mas quem corre sabe que a evolução é natural. Emagreci, ganhei velocidade, melhorei nos 10K nas inúmeras provas que fiz nos primeiros anos, me arrisquei em distâncias maiores, participei de meia maratonas.
Até que “ouvi o chamado da maratona”. Fiz minha estreia nos 42K em maio de 2008, em Porto Alegre. E acho que fui bem: completei em 4h04m. Feliz com o resultado, me senti “a tal”. Foi aí que um amigo me chamou à realidade. Em tom de brincadeira, mas falando sério, ele disse: “você só vai entender o que é correr uma maratona lá pela quinta vez”…
Pois bem. Fui atrás disso. Já são 10 até agora (2020). A seguir, um pouco de cada uma delas:
1. Porto Alegre, 2008: 4h04m
O sonho de correr uma maratona teve início no final de 2007. Era um diabinho soprando em meu ouvido, me instigando ao desafio. Naquela época, meu objetivo era a São Silvestre – uma prova muito desejada por mim. Combinei com meu treinador, que faria a SS e depois diria se estava a fim ou não de encarar a maratona. A prova de 31 de dezembro foi linda. Continue lendo…
2. Nova York, 2008: 4h22m
Ao contrário de muita gente, em véspera de prova eu durmo bem. Claro que acordei algumas vezes antes do relógio despertar. O bom é que mudou o horário de verão e ganhamos uma hora a mais de sono. Levantei, tomei banho. Mesmo sem vontade comi um bagel e tomei Gatorade. Estava tão ansiosa que a comida não descia. Enfim, tudo pronto. Sai parecendo uma astronauta. Estava com a roupa de corrida, uma calça de moletom, uma blusa de moletom, o casaco térmico branco (que havia comprado na feira), luvas, cachecol. Continue lendo…
3. Curitiba, 2009: 4h57m
No dia 22 de novembro de 2009, corri minha terceira maratona, desta vez em Curitiba (PR). Razoavelmente treinada e segura – principalmente depois de ter participado do Desafio dos 600K SP>RJ – cheguei à prova bastante tranquila e motivada. Talvez tenha minimizado um pouco as dificuldades do percurso, é verdade. Muitas pessoas haviam me falado o quanto era duro, mas achei que daria conta. Continue lendo…
4. Buenos Aires, 2010: 3h53m
Foi em Buenos Aires, em 10.10.10, que completei minha Maratona sub-4: foram 3h53m45s de muita alegria e determinação. Um objetivo que tracei há quase seis meses quando realizei a inscrição. Foram meses de treino. Mais do que isso, meses em que lutei para recuperar o foco. A corrida tem o poder de me colocar no eixo, devolver o foco, mostrar que o comando está em minhas mãos. Continue lendo…
5. Rio de Janeiro, 2013: 4h44m
O ano de 2013 começou e já com a rotina profissional e de treinos em ordem, achei que finalmente daria para encarar uma nova maratona. Foi em meados de março que contei a meu treinador, Marcos Paulo Reis, que gostaria de fazer a Maratona do Rio. Ele respondeu: “Vamos lá, vamos treinar”. Sabíamos que não daria para repetir a performance de 2010. Mas queria sentir que era capaz novamente. Continue lendo…
6. UpHill Marathon, Serra do Rio do Rastro (SC), 2013: 5h37m
A Mizuno UpHill Marathon é a primeira maratona de subida do Brasil, realizada em Santa Catarina, passando pelos municípios de Treviso, Lauro Müller e terminando com a subida da Serra do Rio do Rastro, com 1419 m de altitude. A estrada por onde passamos é considerada uma das mais bonitas do mundo. Apenas 50 corredores foram convidados a participar desse desafio. Fui uma delas. Continue lendo…
7. Berlin, 2014: 4h05m
Foi minha sétima maratona – uma corrida feliz do primeiro ao último passo. E me deixou lições para todos os momentos. Já havia feito seis maratonas – Porto Alegre, Nova York, Curitiba, Buenos Aires, Rio de Janeiro e Uphill (Serra do Rio do Rastro, SC) – e, seguindo meu objetivo de correr uma prova de 42K por ano, nos primeiros meses de 2014 comecei a pensar em minha nova experiência. Continue lendo…
8. Porto Alegre, 2017: 3h40m
O ano de 2013 começou e já com a rotina profissional e de treinos em ordem, achei que finalmente daria para encarar uma nova maratona. Foi em meados de março que contei a meu treinador, Marcos Paulo Reis, que gostaria de fazer a Maratona do Rio. Ele respondeu: “Vamos lá, vamos treinar”. Sabíamos que não daria para repetir a performance de 2010. Mas queria sentir que era capaz novamente. Continue lendo…
9. UpHill Marathon, Serra do Rio do Rastro (SC), 2017: 4h52m
O ano de 2013 começou e já com a rotina profissional e de treinos em ordem, achei que finalmente daria para encarar uma nova maratona. Foi em meados de março que contei a meu treinador, Marcos Paulo Reis, que gostaria de fazer a Maratona do Rio. Ele respondeu: “Vamos lá, vamos treinar”. Sabíamos que não daria para repetir a performance de 2010. Mas queria sentir que era capaz novamente. Continue lendo…
10. Boston, 2018: 4h17m
Surreal. Essa foi a palavra que me veio à cabeça quando cheguei à Vila dos Atletas, na cidade de Hopkinton, local de largada da Maratona de Boston. Depois ouviria a mesma palavra de muitos outros corredores. Porque a cena era mesmo surreal. Chovia muito. E estava muito frio. Temperatura de zero grau, sensação térmica de -6. Ventos, dizem, de 35km/h. Rajadas de vento e chuva vindos de todos os lados. Uma neve no chão. O que seria um gramado, era só lama. Imagina um cenário de guerra. Era mais ou menos isso. Foi o pior clima da região nos últimos 40 anos. Bem na minha vez! Mas quem disse que seria fácil? Continue lendo…